domingo, 3 de janeiro de 2010
Cada lágrima que caíria dos seus olhos seria uma letra a escrever. E na verdade, se ela escrevesse com todo o seu pranto, faria um livro maior que a Constituição Brasileira e que a aula chata do primeiro horário de segunda-feira. Para seu próprio desespero, ela secava a maioria dos pingos antes mesmo destes chegarem ao chão. Ao som de Coldplay, as letras estavam ficando embaçadas pelos seus óculos encharcados, mas ainda assim ela não desistiria. Se não poderia gritar a plenos pulmões, machucaria suas mãos de tanto movimentá-las para digitar algo inútil, mas que trouxesse ao menos alguma espécie de alívio momentâneo.

Cada segundo passava arrastado, pois ela tentava incessantemente fingir para si mesma que estava bem. Pura bobagem, ela não poderia fugir de si mesma, jamais.

Ela queria se tornar invisível e imperceptível feito vapor de água. Vapor este que quando se precipitasse em forma de chuva, seria apenas mais um clichê das noites frias na sua cidade.

Amanhã será primavera. Mas seu jardim não estará florido. O seu sol não estará brilhando, e o ar não estará fresco. O vento não estará uma brisa e todas as suas cores estarão gris.

Amanhã será primavera. Mas para ela, ainda será inverno.


Depois que caiu, a ultima coisa que viu foi a Culpa envolvendo-a num abraço de morte.
E foi ali que ela teve a sensação de que nunca mais seria feliz novamente.
Ela estava cansada demais para gritar ou correr. Então deixava apenas as lágrimas caírem e não fazia o menor esforço para impedi-las de chegar ao chão, se é que chão havia.
Ela estava gelada, e cada pulsar de seu coração doía como se houvesse uma pedra de gelo que perfurava suas vísceras no lugar deste. Por dentro ela sangrava demais.


E presa aos seus devaneios ela imaginou se ainda havia Amor dentro dela, e se este Amor era merecedor de sua Luz.


Ela suportaria qualquer dor. Até a lancinante que sentia agora, sentindo cada parte de sua Alma ser devorada pela Culpa. Mas não suportaria CAUSAR Dor em sua Luz.
- “É melhor assim.”


E pela primeira vez depois de muito tempo ela se sentiu feliz. E pela primeira vez depois de muito tempo ela sentiu que fazia algo bom.
Se esse era o destino ela aceitaria.


Culpa olhou para ela durante alguns segundos que pareceram uma eternidade. A pequena encarou de volta com seus olhos vermelhos que ardiam, os olhos de corvo de sua própria Culpa.


Então, Culpa cravou suas mãos no peito da menina e adentrou-se completamente em seu coração.
A pequena se contorceu de Dor, tentou gritar, mas a voz não saía.
Ela sabia que era preciso. Culpa era seu Coração agora.
Inconsciente de dor, ela estremeceu antes de cair num desmaio profundo.
Mas ainda assim, ela estava sorrindo.

A idiotice é vital para a felicidade

A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, porque fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse.Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente é ele, pobre dele! Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e ponto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselhos para tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? (Arnaldo Jabor)



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