quinta-feira, 19 de junho de 2014

Foi num dia como tantos outros que eu me apaixonei por você. Ou que me descobri apaixonada por você. Pergunto-me se eu já não te adorava desde antes do meu nascimento ou dos meus 17 anos – quando a gente nem se conhecia ainda. Então foi nesse dia comum que você me olhou diferente. Seus olhos da-cor-do-mar me encontraram e eu me perdi, perdi o controle e me encontrei novamente sendo totalmente sua. Foi a primeira vez nesses anos que eu não sabia o que você estava pensando, ou o que você ia dizer – você sabe bem o quanto a gente dá risada de todas essas situações de pensamentos afins – e foi esse o estopim. E desde então eu me culpo, te culpo e me culpo uma vez mais por te culpar. Você sabe que é da sua natureza carregar o peso e da minha tentar te aliviar. Porém o seu senso de responsabilidade nem imagina que é você o responsável pelas minhas insônias e noites mal dormidas desde as férias. Você é o responsável pelos trinta e quatro textos que escrevi e apaguei. Você é o responsável pela minha loucura e ao mesmo tempo é aquele que me mantém na linha da sanidade. Por você eu já joguei namoro, cachorro, estudos e tudo mais pra cima. E eu já recebi muitos sermões seus por não ser tão focada quanto você: “Faz parte da vida, Sami. Temos que aprender a lidar com isso.” Já recebi seus abraços de consolo pelas lágrimas que estavam caindo por te ter tão perto e tão longe de mim, mas acho que isso nem passou pela sua cabeça. Já me peguei sentindo seu cheiro aqui em casa, ou tendo o pressentimento de quando você vai chegar – e você mais que ninguém sabe que meus pressentimentos nunca erram. Já fiquei louca de raiva e de tristeza por nossas incontáveis brigas. Já fiz uma lista de todas as coisas que te tornam meu amor impossível e a primeira delas é que somos iguais na maioria das coisas. Sagitarianos, adeptos à liberdade, apaixonados por livros, artes e boa comida. É cômico – como diria você! – que ao mesmo tempo somos totalmente opostos. E eu já perdi a conta de quantas vezes te reclamei por ser flexível demais ou por ser grosso comigo, mesmo sem querer. Às vezes sinto que a nossa convivência é bem difícil. Mas eu me lembro – sempre me lembro! – da sua frase “Pessoas que se amam, brigam.” E logo depois de uma briga dessas, você me manda uma carinha fofa no Whatsapp, me chama pra alguma festa e eu te chamo pra turnê do Coldplay enquanto saio correndo para o supermercado comprar ingredientes para preparar um pudim para você. Você se lembra do dia que você me contou seu maior segredo? Lembra que pediu para eu apagar todas as conversas depois? Senti uma pontada no coração, um medo de que tudo se obnubilasse na minha memória. Mas isso não vai acontecer, não é mesmo? Quem é o Sr. Esquece Tudo da história? Eu NUNCA me esqueço de nada. E talvez seja esse o problema. Porque eu não me esqueci do beijo no pescoço, do puxão de cabelos ou da sua feição com a sobrancelha levantada quando achou que eu fosse beber cerveja pela primeira vez. Não me esqueci de todos os pedidos de socorro com o olhar, ou da nuvem negra de irritação que passa nessas duas esmeraldas quando você está inconformado com o comodismo dos outros. Não me esqueci de todas as vezes que você fez carinho no meu cabelo – e eu pedi aos céus que você se enrolasse em cada cacho meu.
E eu adoro quando você chega de repente e repousa suas mãos em minha cintura delicadamente. Adoro o seu franzir de olhos – ah, esses olhos! – que para mim é o mais apaixonante do mundo. Todavia, meu querido amor platônico, o quadro clínico de uma paixão como a minha não tem cura nem remédio. Porque eu ando esquizofrênica te sentindo em todos os lugares. E tenho períodos de taquiarritmia todas as vezes que ouço sua voz. Respiração de Cheyne-Stokes para conseguir segurar o pranto na sua frente, mas você sabe que eu não consigo. Sou um livro aberto e essa é uma virtude que temos em comum: “Não consigo ser desonesto com ninguém”. E por ser tão transparente eu sinto que você conhece meus sentimentos. Sabe cada suspiro que já dei por você, apenas não imagina o poder que você exerce sobre mim fazendo com que eu me sinta totalmente vulnerável. Príncipe do jeitinho que você é chega quase todos os dias me pedindo um chiclete. E eu sempre tenho. Levo broncas de minha mãe por ter muito papel de Trident na bolsa, e esboço um sorriso todas as vezes que isso acontece. Por você eu ficaria horas e horas escrevendo textos, te ajudando, te ouvindo. Meu dia fica feliz quando consigo arrancar um sorriso naquelas horas em que você está mais triste, estressado. Canto Lana del Rey e R.E.M. para você e baixei “Green Eyes” na nossa viagem para Camamu só para guardar para sempre aqueles momentos. “E qualquer uma que tentar te rejeitar deve estar louca”. Em meio a todos esses sentimentos que se misturam em meu coração – uma atração repentina e forte e uma amizade sólida de longa data – eu nunca te pedi nada. Nunca esperei que fosses meu, ou que esses olhos estivessem direcionados apenas para mim. O que eu quero te pedir é a tua felicidade. Quero que sejas feliz, Mr. President. Com a tua Jackeline, que é a mulher ideal. Tua vida não possui espaço para uma Marilyn louca e desvairada, que bate de frente contigo e ao mesmo tempo em que está aos prantos te sorri. 
Espalhe alegria por onde fores!


                     Com amor e amizade,
                                             Da tua melhor amiga apaixonada,


Xoxa.

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A idiotice é vital para a felicidade

A idiotice é vital para a felicidade. Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. Putz! A vida já é um caos, porque fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse.Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente é ele, pobre dele! Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e ponto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselhos para tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? (Arnaldo Jabor)



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